Diante da porta da minha entrada
… procurei as chaves, anteriormente, abrigadas dentro da minha mala. Num movimento ponderado cravei a chave na fechadura e, desobstrui-a com quatro movimentos precisos. O inicio de tarde, antevia-se solitário e, o lar devoluto era o que mais aspirava.
Cerrei a porta. Desnudei-me da gabardine e, do taylor pousando-os no assento do hall ao lado da minha mala e, a passos lentos encetei o trajecto para o meu quarto. Aos pés da minha cama, um acordar indolente se fez inteligível, um miar audível e, uma carícia minha em seu corpo estimulou um ronronar apetecível.

Depois, desloquei-me por entre o quarto, e, entrei na divisão apensa, subi o degrau e, desobstrui a torneira condimentando a temperatura da água amenamente e, apelando-a para um luxurioso e, refinado instante. Ela (água) consentiu e, eu desejei-a apaixonadamente. Vagarosamente, deixei que me sentisse e, sentia-a semelhantemente. Lentamente, deixei que me tocasse e, toquei-a igualmente.
Momentos depois, retrocedi ao meu quarto.
Desnudei o meu leito e, trajei-o com o meu corpo. A cama acolheu-me como sua companhia íntima. Postura de lado, uma perna estendida e, a outra encolhida, rosto debruçado na minha almofada, senti uma dengosa moleza felina afagada pelo edredão de penas e, apetrechei o meu adormecer por breves instantes.
Cerrei o olhar, suspendi o acordar e, apelei ao adormecido. O corpo cedeu e, a alma escoltou-o. O leito testemunhou e, o repouso regenerador idolatrou-me.
Gostei muito do seu texto...tão bonito.
ResponderEliminarKamilla,
ResponderEliminarAgradecida pela delicadeza das suas palavras.
Ana
Com tantos progressos da ciência, computação e imagem...
ResponderEliminar...
Como ainda não inventaram uma aplicação (talvez capacete) que, ao mesmo tempo que íamos lendo o texto, nos transportasse para a imagem integral e nítida daquilo que estivessemos a ler, sem precisarmos da "imaginação". Que bom seria!
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Depois adoraria ser o "gato" com felino miar, com dengoso ronronar a cada carícia que me fosse feita. E adormeceria encostado à perna quente "da minha dona".
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Como tudo nada mais passa de imaginação,
contento-me com os meus gatos que, devido às carícias que lhes dou, agem do mesmo modo.
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Imaginar! É proibido?
Ou também vai ter que pagar imposto?
José,
ResponderEliminarSorrisos florescem nos meus lábios pela leitura das suas palavras.
Quem sabe um dia?! :) Aprazível conhecimento na contestação que o José também priva desses delicados e, doces animais.
Um laço delicado e, desejos de um dia feliz.
Ana