Sentada

Nossas mesas, denunciavam proximidade pelo que, inadvertidamente, suas conversações tornavam-se facilmente audíveis. A determinado instante Mafalda - o nome da criança - questionava o seu pai porque motivo não tomava o pequeno-almoço, enquanto, saboreava o leitinho de chocolate e, um croissant recheado de fiambre e, queijo. Timbre abafado e, baixo a réplica foi justificada e, perfeitamente persuasiva de entendimento.
O sorriso da Mafalda desvaneceu-se. Subitamente, elevou o seu dedo indicador pequenino em forma de negação e, inesperadamente, repartiu, o seu croissant recheado em dois, depois, enquanto segurava com a sua mãozinha esquerda o seu copinho de leite, com a outra, empurrou, vagarosamente a garrafinha de leite achocolatado diante seu pai. No mesmo instante, um sorriso luminoso assomou o seu rosto deixando antever a sua falta de dentição.
O pai, vacilou, observou discretamente ao seu redor e, o seu olhar debruçou-se sob o meu.
O pai, vacilou, observou discretamente ao seu redor e, o seu olhar debruçou-se sob o meu.
Fiquei, inerte. Envergonhada. O seu rosto inclinou-se em forma de cumprimento e, numa súbita elevação de ombros, ofertou-me um sorriso extenso e, franco.
Timidamente sorri e, saí.
No curto trajecto pedonal para o emprego a imagem da Mafalda detentora do sentimento de doação e, partilha emocionavam o lado esquerdo do meu peito. As nossas crianças são o reflexo da apreendizagem de importantissimos valores de quem lhes está próximo. E, o ensinamento que a Mafalda detém e, deterá em seu futuro são as reminiscências de quem com amor e, carinho lhe proporciona esse excelente apreendizado.
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