Já derramei

... lágrimas que verteram pelos meus olhos e, morreram abruptamente nos meus lábios. Chorei pela primeira vez, na minha infância, no primeiro dia da escolinha do desapego dos que me são queridos, na minha adolescência, pelo primeiro desgosto de amor … pela primeira borbulha de acne trajada no meu rosto.

Mais tarde, aprimorei o meu choro.

Chorei por ódio, deceção, desilusão, desespero, dor, medo e, saudade! Lacrimejei, semelhantemente, de encantamento e, felicidade.

Chorei por ódio daqueles que gratuitamente e, malvadamente cometem atrocidades com seres nossos semelhantes. Chorei por deceção e, desilusão por aqueles que maleficamente traíram a minha confiança, amor e, carinho. Chorei de desespero, dor e, medo pela incógnita de desfechos em minha vida e, chorei intensamente de saudade pelas pessoas que amo e, abruptamente ceifadas da vida não privam mais da minha companhia.

Chorei de alegria nas datas do meu aniversário e, nas datas das pessoas que gentilmente privam comigo.  Chorei de êxtase de felicidade nas datas de maternidade em que o meu útero concebeu vida. – o maior feito e, altivez que detenho –.  Chorei de prazer todas as vezes que dos lábios dos que amo aufiro palavras de alento e, carinho. Chorei de agradecimento pela presença de pessoas especiais, inesquecíveis na minha vida. Chorei sonhadoramente quando observei o dia a desprender-se da noite depois de uma noite de amor e, reverso … quando observei o imenso areal e, o mar com os seus longos braços carinhosamente e, amante o acaricia.

Chorei, choro e, chorarei porque lágrimas são feitos que meus olhos ofertam-me por um órgão pequenino, vermelhinho, latejante, delicado e, vivo que pulsa ritmadamente e, ou aceleradamente no lado esquerdo do meu peito – o coração.