Um dia

(...) vai lembrar-se de mim e,  vai interrogar-se por onde ando, o que faço e, penso. Com persuasão, sinto que nesse dia vai estar em outros braços, enovelando-se, amando e, nessa noite, iluminado pela ténue luz do seu leito sentirá o aroma do meu perfume inebriando-o e, semelhantemente a minha quentura estimulando-o.

Abotoará o olhar, acariciará o meu corpo e, nesse instante, comigo fará amor. Observará o meu rosto lentamente e detalhadamente, sentirá o meu corpo  ao seu, languidamente suado, colado, após demoradamente e, apaixonadamente termo-nos amado. Enovelado, nessa loucura, por um longo período de tempo será meu e, serei apaixonadamente sua.

Exausto, e, feliz adormecerá, placidamente. No entanto, quando o dia desprender-se dos braços da noite irá despertar abruptamente e, uma cruel realidade será o seu presente.

Declinará o seu rosto no leito e, observará um semblante, um corpo adormecido e, apreenderá que não sou eu que estou do seu lado e, nunca  estive. Não segredei e, gemi palavras de desejo e, paixão. 

O seu nome não foi suplicado por mim. 

Não foram os meus lábios que você beijou, não foi a minha língua que deambulou no seu corpo ardente, e, não foi o meu corpo que você acarinhou e, possuiu. 

Não o amei e, você não me amou.

Mas?! Mas isso foi amor. 

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