De vez em quando


... sem data anunciada e, hora agendada a tua lembrança acomoda-se do meu lado por tempo indeterminado.

Petulante desassossega os meus sentidos e, inquieta a mansidão da minha pele. O meu corpo estremece no tumulto de emoções que assomam à tonalidade da minha pele e, o meu ritmo cardíaco confunde-se e, atropela-se.

O meu pensamento expele-te. A minha alma implora-te -vai embora-.

O meu pensamento declina-se. A minha alma oprime-se. O silêncio quebra-se e, o grito expele-se. A melancolia é um dado adquirido.

Confesso-te que desejava que a petulância da tua lembrança desvanecesse-se e, que a insolência da tua memória aquietasse-me. Desejava que te esquecesses de mim e, desejava não me lembrar de ti. Apreciava sentir o teu vazio e, sentir o preenchimento do esquecimento de ti.

Receosa, temerosa, tem dias, noites, instantes e ou momentos que a tua lembrança fere, maltrata e, magoa o lado esquerdo do meu peito. Por quanto tempo, mais?! Diminuto ou prolongado?!  Imploro ao tempo que se alie comigo e, rezo para que a tua memória esquecida seja um requinte a adquirir no tempo que vivo.

(Reminiscências da minha declaração expressa no meu texto "Existe um tipo de sentimento ao qual sou fiel e obstinada" - 18 de Setembro de 2010)

Comentários

  1. Dizem que faço música com as palavras. Quisera bailar com as palavras. Seria o maior Show do mundo!

    Tenho uma amiga bailarina, pianista, escritora, poetisa. Escreve coisas belas:

    http://imaginerealize.blogspot.com/

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  2. Machado de Carlos,
    A beleza que emana da sua amiga bailarina, pianista, escritora e, poetisa é semelhante aos timbres melodiosos que a sua escrita emana.

    Um laço aprazível de agradecimento pelo conhecimento que o seu comentário suscitou.

    Ana

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  3. Tendo a melancolia como dado adquirido,
    só nos resta mesmo tentar esquecer.

    Nas reminiscências de um passado que se viveu, seja ele emocional ou corporal, bate sempre o incómodo do retorno.

    Para desanuviar, resolvi postar em sua lembrança, dando ao post o mesmo nome
    "De vez em quando"
    ...
    Quando não se pode de todo esquecer o melhor é suavizar a lembrança. Passou!

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  4. José,
    O seu entendimento e, carinho minimiza semelhantemente o dolo da lembrança emocional e, corporal vivida.

    "Quando não se pode de todo esquecer o melhor é suavizar a lembrança. Passou!" Uma veracidade desejada.

    Ana

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