Liliputiano e gigantesco


O dia despertou dos braços da noite com os seus raios de sol iluminando meu leito e, acariciando o meu rosto.
O telemóvel apenso na mesa-de-cabeceira indicava-me que era tempo de levantar-me.
Coloquei os pés nas pantufas, estiquei o braço, peguei o roupão e, trajei-o no meu corpo.

Sonolentamente, desnudei a porta do quarto, anteriormente, encerrada e, caminhei em passos lentos para a sala.

Por entre a vidraça, observei o despertar de um novo dia e, instantes depois pela porta da entrada, ausentei-me de casa.

A brisa fria roçou a minha face, abotoei o casaco, aconcheguei o cachecol ao pescoço. Coloquei a mão no interior da mala na procura dos meus óculos de sol, interditando o sol no entontecer do meu olhar e, coloquei-os no meu rosto.

O Parque dos Poetas fora o local escolhido para atenuar o sossego que desejava para a minha alma, desassossegada.

Enveredei pelos seus jardins temáticos, com esculturas de poetas e, admirei prolongadamente o Bosque da Poesia onde imperava a poesia aos meus pés, esculpidas na pedra, possuídas por palavras cúmplices dos seus poetas.

Entre Sophia de Mello Breyner, Florbela Espanca e, muitos outros poetas o silêncio que cingia o lado esquerdo do meu peito era quebrado pelas observação das estátuas homenageastes e, ou na leitura de prosas e, versos dos das poetisas e, poetas ali exteriorizados.

Sentei-me no chão.

A lembrança de um poeta-sonhador tomou-me refém e, simultaneamente um sorriso se fez oferenda no meu semblante … Subitamente, gigantescamente transformara-se o meu estado de alma, e, liliputiano o espaço que rodeava-me ...

Levantei-me, peguei na minha mala, e, minutos depois pela porta da entrada retornava a minha casa.

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