A preto e, branco ...

Existem momentos na minha vida que dotados de surpresas nefastas surpreendem-me e, os pintam de colorações cinzentas, negras e, amargas.

São instantes pautados de receios, interrogações, anseios, longos, ininterruptos de descanso em que a minha alma debilita-se, aniquila-se perante o móbil e, emoção sentida.

Instantes, dolorosamente, sentidos na incompreensão do entendimento da razão. Sempre que a dor os supera transmuta-os permitindo-me assemelhá-los às noites escuras, devolutas de Lua ou dias cinzentos e, fadados sem sol.

Da vidraça do meu leito, ontem, observava o céu … aguardava, impaciente pela Lua e, as suas estrelas guias que colorissem por tonalidades delicadas e, amenas o lado esquerdo do meu peito como aprecio.

Subitamente, um ruído se fez ouvir … A porta abriu-se e, passos tranquilos percorreram o meu leito até a mim. Depois um sussurro se fez presente pelo timbre de voz de uma criança – a minha -.

- Já a viste? Questionou-me.
- Não querido, esta noite a mamã não consegue vê-la. – respondi.

Ele sorriu e, respondeu numa voz serena e, tranquila.

- Mamã ?! Não existem dias sem sol, nem noites sem Lua, nem momentos cinzentos e, tristes para mim. Sabes, porquê?! Porque a tua presença ou a tua lembrança ilumina-os com as cores do arco-íris, e, a coloração rosa – a cor que tu mais gostas – é a cor que tu pintas o meu coração.

Sorri ... Sorrimos os dois …

Nesse instante a minha dor se desvaneceu por magia … pequeninas mãos aconchegaram-se nas minhas. Ambos, admiramos pela vidraça a noite e, instantes depois a Lua se fez antever magnificamente iluminada e, adornada pelas suas estrelinhas guias ….