De dia ou de noite

... o inesperado traja nefastamente o lado esquerdo do peito quando silenciosamente, seres delicados e, inofensivos que requintadamente apelidamos de crianças são abruptamente ceifadas da vida de quem com elas priva de modo íntimo e, conatural.

O tempo imediato é agonizante e, a hecatombe é a única que lado a lado permanece, (eternamente ou por tempo limitado) com quem padece da tragédia arremetida. Carlina White, com apenas três semanas de vida foi raptada do leito de um hospital de Nova Iorque há vinte e, três anos, atrás. Um temor de anos para quem os instantes, e, momentos desde a trágica ruptura acomodada lado a lado, se movimentou desesperadamente no lado esquerdo do peito na corrosão lenta e, agonizante do corpo e, da mente.

Da mesma forma que abruptamente a tragédia sucedeu o demorado desejo ocorreu, Carlina White frui presentemente da presença da sua mãe biológica, volvidos vinte e, três anos de vacuidade e, ausência penosos.

Um sorriso petiz consome os meus lábios e, emerge no meu rosto pelo epílogo feliz, momentaneamente.

Rui Pedro à data do seu desaparecimento (11 anos)
Irrequietamente uma lágrima petiz e, reboliça assome o meu olhar e, destrona o sorriso no meu semblante desnudando a minha memória e, trajando a lembrança da dor manifesta de um rosto público que apreendi a conhecer, e, forçosamente a não esquecer.

Um rosto devoluto de cor, trajado de dor da mulher, e, mãe que incessantemente procura a sua criança Rui Pedro desaparecido desde quatro de Março de mil novecentos e, noventa e, oito.

Uma tragédia que se alonga no tempo, perdura na minha lembrança, na memória de milhares portugueses e, permanece,  ininterruptamente, trajada no lado esquerdo do peito da Sra. D. Filomena Teixeira - a sua mãe.

Até quando ?!

Comentários

  1. Chamam-lhe "Polícia Científica", pronta para descobrir tudo.
    Mas, de tempos s tempos, aparecem casos que nos perturbam e que não sendo esclarecidos, deixam uma marca de "vergonha" e um rasto de incertezas.
    Isto são casos conhecidos e as centenas de que não tomamos conhecimento?
    Quantos mais aindão irão suceder?
    Acho que este flagelo nunca acaba.

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  2. José,
    Atemorizada e, triste é o sentimento que assola o lado esquerdo do meu peito, sempre, que relembro ou tomo conhecimento de um novo caso real.

    Confesso que o caso do Rui Pedro é o que relembro com maior assiduidade e, a isenção de equidade é semelhantemente um tormento que rememoro com o seu desaparecimento.

    Partilho da sua opinião José. Este flagelo jamais cessará.

    Ana

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