Tem vezes, às vezes,



(...) muitas vezes que observo  da vidraça da minha sala o momento em que vagarosamente e, lentamente o dia nos braços da noite se entrega apaixonadamente.

A noite expectante e, ansiosa aguarda sempre o exato instante que com ele se defrontará.

Nesse instante um sorriso aflora, no  meu semblante.

Desvio o olhar, envergonhadamente, questiono. Fantasio as palavras, devaneio os gestos que a noite desflorará ao dia no momento em que com ela se acabou de inventar. O dia apaixonado nos braços da noite acabou finalmente por se deitar. 
Assemelho, assim, a dois corações que se defrontam enamoradamente. Gestos atrativos, palavras veementes e, impetuosas. Olhares profundos, e, toques na alma invioláveis. Carinho recíproco, meiguice apetecida e, ato consumado por dois corações enamorados.

E, o meu coração?! O meu coração decifra paralelamente um amor semelhante.

Palavras proferidas carinhosas e ternas, sussurros e gemidos nos gestos leves e céleres, intensos e  robustos na arte linda de amar e ser amada.
                                                                                                                                                 (...)

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