Um manto pesado
... agreste e, sombrio adornou os
meus ombros durante todo dia de textura intensa, confusa e, atribulada delineando
o cansaço que possuía o meu corpo e, alma.
Tardiamente, encetei a entrada em
casa, e, a passos acelerados encaminhei-me para o meu quarto.
- Chegas-te? Podes chegar aqui, por favor? - um timbre de voz, apetecido e, apaixonante se fez ouvir.
Suspirei. Desnudei-me do trajo
que revestia-me, abandonei os sapatos de salto alto que aprisionaram-me durante o dia e, descalça apressei o passo iniciando a entrada
no quarto apenso ao meu lado. Desnuda e, enovelada com uma toalha de banho envolvendo o seu
corpo, e, outra ocultando o seu longo cabelo louro, revolto, um sorriso desejado e, lindo despertou no seu rosto jovial quando a olhei
de frente.
- Boa noite, princesinha. - murmurei,
enquanto nossos corpos se enlaçavam num laço apertado e, dois beijinhos brindava-nos em cada uma das nossas faces.
- Quero que vejas o meio seio,
por favor. - solicitou, apreensivamente.
Por instantes, petrifiquei. Num
timbre de voz murmurante e, assustadoramente calmo, inquiri:
- Que se passa, querida?!
Ela desnudou o seu corpo, tocou o
seu seio e, olhou para mim, frontalmente. Vagarosamente, aproximei o olhar e, observei-o - seio - atentamente. Naquele instante, as palavras tornaram-se irrequietas. Um silêncio
tornara-se percetível apenas interrompido pelo meu batimento cardíaco, veloz
e, acelerado. Memórias recentes e, dolosas apoderaram-se do meu pensamento e, dilaceraram a minha alma. Subitamente, a
minha alma estendeu-se a meus pés, árdua, umbrosa, nua e, fria.
Retrocedi.
- Marcaremos uma
consulta, amanhã. Por favor sente-te tranquila a mamã assegura-te que não é nada
de grave. Um dilema de pele, decerto. - Tranquilizei-a num timbre de voz extraordinariamente calmo e, convincente.
O seu rosto iluminou-se. Aproximou-se de mim e, um “amo-te” se fez inteligível. Estendi os meus lábios, num sorriso desmaiado num semblante temerosamente pálido. Quando observei-a de novo as vestes coloridas começavam a cobrir o seu corpo de vinte anos.
O seu rosto iluminou-se. Aproximou-se de mim e, um “amo-te” se fez inteligível. Estendi os meus lábios, num sorriso desmaiado num semblante temerosamente pálido. Quando observei-a de novo as vestes coloridas começavam a cobrir o seu corpo de vinte anos.
Recolhi ao meu leito,
aproximei-me da vidraça, observei a noite que adivinhara-se, naquele instante,
longa e, inquietante. Elevei a minha mão direita ao pescoço e, poisei-a no
lado esquerdo do meu peito. O aceleramento cardíaco pulsava, ainda, vertiginosamente e, descompassadamente pelo
órgão pequenino e, vermelhinho – o meu débil coração -.
A manhã despertou dos braços da
noite, calorosa, feliz e, sorridente adereçada com os seus raios de sol que acariciaram o meu
rosto esmaecido e, fatigado numa noite em que a insonolência possuíra o meu corpo, mente e, alma dolente.
Volvidos, dois dias ! A lesão
de coloração rosada, rodada única e,
saliente no rebordo do seu seio era um eczema numular.
Moribunda nos dias anteriores, renasci
!
São estas palavras que retratam na perfeição que textos têm o dom de transmitir a quem lê uma mistura de sensações.
ResponderEliminarGostei muito.
Um Beijo :)
Pedacinhos de mim,
EliminarMuito obrigada pelas suas palavras e, sua presença.
Ana
Olá! Joguei no Google: é como uma infecção bacteriana que pode ser causada por sabões e alergias, e também pelo estresse. Nada muito grave, ainda bem!E vi também que as lesões desaparecem sem deixar sequelas. Ufa!
ResponderEliminarOlá Ana,
EliminarSim. É verdade.
Graças a Deus que não passou de um susto enorme!
Ana
Olá Ana
ResponderEliminarAinda bem que não era nada mais grave. O texto foi lindamente conduzido. Amei.
Bjux
Olá Wanderley,
EliminarGraças a Deus.
Que a minha experiência seja semelhantemente uma chamada de atenção para aqueles (as) que temendo algo mais grave, simplesmente, relegam a situação.
Ana
Saudade desse cantinho, mas o bom filho a casa torna..rs
ResponderEliminarDelicado seu texto!
Aproveito pra avisar que acabo atualizar a acanhada Narroterapia com o segundo capitulo do conto Sempre Haverá Pássaros, e quero muito seus comentários.
abraços
Fabrício
Fabricio,
EliminarQuanto tempo !
Feliz pela seu regresso e, a sua presença.
Naturalmente, será um prazer.
Ana
Texto perfeito, mas sei bem a aflição de que foste tomada.Ainda bem que passou. Beijinhos
ResponderEliminarDiana,
EliminarAgradecida pelo seu carinho.
Ana
Um final feliz, Ana.
ResponderEliminarAs suas palavras refletem e fazem-me sentir o seu coração de mãe que ama, sofre mas tenta disfarçar a angustia sem nunca perder a coragem, sem demora procurar e encontrar a resposta e assim respirar e recuperar toda a alegria e finalmente ter uma noite reconfortante, beijos.Carla
Carla,
EliminarVerdade.
Existem instantes e, momentos na nossa vida que o trajo que reveste a nossa alma é aterrorizador e, cuja textura é um dolo dolorido.
Um laço feliz de mim para si.
Ana
Como diz a Resiliente: um final feliz!
ResponderEliminarCom respeito, por tudo: beijinho!
Henrique,
EliminarSim ! :)
Ana