Detentora de chuva intensa

(...) e ventania, a noite de ontem desnudara-se sombria. No resguardo da sua sala por dentro da extensa vidraça, observava-a detalhadamente.

Sempre gostou de idolatrar a noite.

Ontem, admirava-a acompanhada da sua chávena de chá segura em ambas as mãos e elevando-as de quando em vez aos seus lábios degustando deleitosamente do chá "Príncipe" que  emanava, sossegando, lentamente, o órgão pequenino e palpitante do lado esquerdo do seu peito – o coração –.

Após os recentes acontecimentos lesivos decidira que chegara o instante de se sentir e agir dissemelhantemente. A partir dessa noite iria zelar mais por ela. Iria querer e desejar uma vida consciencializada em quem e o que de facto era importante para ela.

Para esse efeito, consciencializava-se que necessitaria de aprimorar a sua vida desligando-se dos cinismos, maledicências e de insignificâncias, não fazendo caso do que (ação) e de quem a magoara, até então !

Não seria dócil. Não seria fácil. As sequelas não eram visíveis mas eram palpáveis no lado esquerdo do seu peito. Sentia-se triste mas determinada a consertar e costurar o seu débil e ferido coração. Mais tarde, ou mais cedo a sua convicção seria que voltaria a ritmar normalmente, placidamente e usualmente como era seu desejo (...) Até quando ?! Incessantemente ! 

                                                                                                        Não tenho a menor incerteza !

Comentários

  1. Boa noite querida amiga ,simplesmente belo ,é sempre um prazer enorme aqui estar e ler tão belas palavras que delicadamente escreve ,muitos beijinhos felicidades.

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    Respostas
    1. Emanuel Moura,
      Grata e muito feliz pela sua presença uma vez mais.
      Um dia luminoso para si.
      Ana

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    2. Emanuel Moura,
      Grata e muito feliz pela sua presença uma vez mais.
      Um dia luminoso para si.
      Ana

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