Perdi a hora


O relógio marcava oito horas e, trinta minutos quando a companhia da porta anunciava a sua chegada. Alvoroçada, elevei o rosto, o corpo, sentei na berma da cama e, observei a hora que distinguia.

Um calafrio percorreu o meu corpo. Adormecera.

Trajei o meu robe e, encaminhei-me para a porta da entrada. Incrédula e, risonha a minha amiga saudava-me com um sonante bom dia.

Sorri.

Momentos depois, retornei à sala. Por entre doces e, sabores desiguais, bebidas achocolatadas, quentes e, reconfortantes principiamos o convívio desejado.

Relembramos os períodos, passados, da nossa infância, sonhos e, receios. Revivemos os tempos actuais,  casamento, nossos delicados cristais e, similarmente profissionais. E, invocamos os dias, noites vagos e, os nossos sentimentos.

Os dias de aguaceiro e, de sol. Os dias de nevoeiro (os que mais aprecio), friorentos e, calorentos. As noites de luar, e, sombrias. Os dias que convidam-me a sonhar, outros a esquecer e,  daqueles que languidamente não me apetecendo sair do leito, estaciono dormente, recordo momentos e, sonho apaixonadamente. E, dos outros que sinto-me carente, outros que albergo excedente e, ainda outros que nem relembro …

Também, falamos dos meus dias coloridos de coloração ténue e, delicada e, outros que revelo a preto e, branco, simplesmente. Do amor que oferto e, recebo similarmente. Da compaixão e, júbilos premiados …

Dos dias que são de loucura, lentidão e, outros que são um misto de impressão.

Terminamos nos dias, noites, instantes ou momentos que gostaria que fossem eternos e, outros que nem persistissem …

Comentários

  1. Olá Ana
    É muito bom encontrarmos amigos, e recordarmos momentos alegres e tristes que fizeram parte da estória de nossa vida.
    Beijos

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  2. Nem tudo pode ser recordado, nem tudo pode ser esquecido.
    Revisitar sonhos, nem sempre é reviver.
    Invocar memórias e sentimentos, nem sempre é bom método para tapar as sombras.
    Esquecer, por vezes, é o melhor caminho.
    Caminhos percorridos, quanto mais os percorremos mais nos custa voltar para trás.
    Da impressão e ilusão dos dias que se foram, contrasta sempre o rastro do que devia ter sido feito.
    O esquecimento e o arrependimento é apenas meio caminho andado. A restante metade é para os lamentos e carências.
    ...
    Aí, lembramos que ainda somos seres viventes.
    Que a vida continua com a sua própria verdade, nua e crua.
    Vivemos continuamente, apesar de dormentes.
    Tentando viver vidas decentes, escrupulosamente
    saudosas, angustiantes até.
    ...
    Vivamos, um dia de cada vez, sem as lucubrações sobre tudo o que está de todo evidente:
    "Agua que desceu o rio, não volta a subir o mesmo"

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