Sem permissão apossou-se dos meus sentidos

... e, do meu corpo.

Silenciosa, tranquila, indesejada, num odor conhecido, num ímpeto de um amante enlouquecido tomou-me por inteira, no seu regaço, no seu aconchego sem qualquer gesto ou palavra.

Prisioneira, fez-me refém do seu pensamento, o meu corpo, recluso e, algemado  inerte. Desalentada implorei que liberasse o meu corpo e, a minha alma inquieta. Ela sorriu, negou, brincou com a minha aparência, delongou-se e, pernoitou a noite inteira.

Debilitada e, exausta, adormeci, tardiamente, no sofá da minha sala.

Horas mais tarde, a luminosidade madrugadora desnudada pela vidraça da minha sala, trajou carinhosamente o meu semblante e, despertou vagarosamente o meu consciente.

Levantei, sonolenta e, corpo dolente. Observei, detalhadamente, ao meu redor … A nostalgia nefasta que prisioneira que tinha-me mantido a noite inteira já tinha partido e, liberado dela. 

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