Surpreendentemente
Sem permissão e, indesejada entorpeceu a minha mente, estremeceu o meu corpo asfixiou-me de ar e, o meu semblante, abruptamente, empalideceu.
Ferida, decepcionada e, magoada o desespero era nesse instante o trajo que trajava a minha alma. Tumultuosos acontecimentos recentes revestiam semelhantemente o meu corpo dolente. Observei, prolongadamente, o relógio, a hora tardia, os minutos e, o ponteiro dos segundos que cúmplice da minha dor minuciosamente e, detalhadamente delineavam o tempo … sem parar.
Silenciosamente e, vagarosamente, encaminhei-me por entre a sala, desabotoei a vidraça e, encetei a entrada no terraço.
Observei a noite.
O céu de coloração sombria e, nú. Sem núvens, lua e ou estrelas. Exausta, abandonei-me no sofá de madeira adereçados por almofadas de dissemelhantes cores, e, enovelei-me numa de coloração branquinha, num laço, desejadamente apertado à celsitude do meu busto, desnudei os meus pés, elevei as pernas e, dobrei-as de lado.
A brisa gélida e, desassossegada, brincava descaradamente com os meus longos cabelos louros emaranhando-os, afagando o meu rosto e, provocando de quando em vez a elevação da minha mão direita desnudando os meus cabelos louros do meu semblante tenso.
Por momentos abotoei o olhar. Senti a sua presença do meu lado. Um sorriso rasgado, um odor perfumado confesso que requintadamente relembrou-me sentimentos tatuados, impressos e, dolorosos de amputar nos momentos patenteados por um sentimento que surge a partir da sensação de que não voltaram mais. Palavras, acções escritas e, executadas que não serão mais nomeadas. Subitamente, o meu ritmo cardíaco, acelerou-se. Num ímpeto elevei a minha mão ao lado esquerdo do meu peito e, senti-o. Quebradiço, despedaçado e, latejante. Carente, semelhantemente. Travava uma luta, incessante, de entre o meu peito.
Inspirei e, expirei. Vagarosamente, o meu ritmo cardíaco se atenuou e, a minha respiração ofegante se normalizou e, debrucei-me ... Debrucei-me na negação que algema o meu desejo. Prisioneira consciencializo-me e, mantenho-me cativa das algemas invisíveis de coloração dourada onde aprisionei dolosamente a minha vontade e, o meu corpo explicavelmente desassossegado.
Ergui o meu corpo do sofá de madeira e, detive uma vez mais o meu olhar, pormenorizadamente, no céu nublado. Nesse instante, inesperadamente, desnudaram-se longas nuvens de algodoeiro branquinho. Imediatamente, assemelhei-as aos meus sonhos ... Aqueles sonhos doces, ternos, longínquos e, inquestionavelmente, inacessíveis para mim.
Resignada e, sem pressa, volvi o meu corpo, abotoei a vidraça e, encentei a entrada na sala.
Morosamente, mais tarde, exausta adormeci.
Ana,
ResponderEliminarAdoraria ter a possibilidade de atenuar a dor existente no seu coração.
Será possivel? Concede-me esse privilégio?
Seu eterno admirador.
Eduardo
Eduardo,
EliminarPerdoe-me o meu comentário tardio às suas palavras.
Não pretendendo ser indelicada. Não.
Apenas e, só o tempo apaziguará o dolo de alma.
Ana