Sentia-a chegar

... e, experimentei um tremor quando se aproximou de mansinho. Silenciosa e, sem permissão fez-se notar audaciosamente no meu pensamento e, no lado esquerdo do meu peito ... o coração.

Acelerado, intranquilo e, cansado questionou suavemente a sua presença. Ela riu, e traquina retorquiu em silêncio. Rosto debruçado, cerrei os olhos e, entreguei-me vagarosamente a ela.

Vagueei e, prossegui pelos meus longos anos passados. Franzinha e, delicada. Longos cabelos louros encaracolados e, alinhados. Olhar acastanhado, amendoado e, profundo. Tímida e, envergonhada. Sonhadora e, engraçada.

E, debruçei-me, desesperadamente, na sua presença.

Coloquei o meu rosto no seu regaço, elevei e, dobrei as pernas de lado. Nesse instante, rememorei  o afago das suas meiguices no meu terno rosto de menina pelas suas mãos velhinhas e, docemente delicadas. O timbre de voz, calmo e, fatigado. As palavras enunciadas, conselhos sábios ofertados e, ternuras docemente sentidas.

Acomodei-me. Entreguei-me por inteira ao sentimento audacioso e, inicialmente indesejado ... à receosa e, melancólica saudade.

Por instantes e, saborosos momentos a inquietude se apaziguou. O cansaço restabeleceu-se no aconchego revivido e, lentamente, o meu ritmo cardíaco desacelerou pacientemente.

A saudade atenuou um pedacinho ... até à proxima similitude e, ou vislumbre.

Comentários

  1. Olá,querida
    A saudade dói mesmo... todos a sentimos vez por outra...
    Bjm de paz e ótimo fim de semana

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  2. Que bom voltar aqui e ler uma historia inacabada mais cheia de sentimentos

    Beijos

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  3. Orvalho do Céu,
    A saudade de vez em quando doi, e, maltrata o lado esquerdo do coração.

    Semelhante é o meu desejo para si.

    Ana:)

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  4. Rachel,
    Um prazer a sua presença no meu Ballet de Palavras e, um agradecimento pelas suas ternas palavras.

    Ana

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