Oculta na lembrança de momentos idos ...


... procuro alcançar a relação de amizade que tive contigo.

No baú das minhas memórias, alcanço as minhas confidências, cumplicidades, risos e, lágrimas que contigo partilhei e, de ti auferi igualmente.

Neste instante, pelo exterior da vidraça, observo o céu azul sereno, límpido e, recordo-me de ti. Assemelho o tempo à nossa amizade que em tempos julguei existir, mas, logo depois … desvio o olhar e, no interior do que a vidraça encerra existe o tempo negro que fruiu dentro de mim pelo fim.

Desde então a dubiedade é inerente em mim …
Sei que o tempo exterior à vidraça é volúvel e, similarmente tenho a firmeza se o interior da vidraça continuará a ser fiel à sua coloração negra se no futuro o nosso reencontro acontecer.

Mas, no entretanto, possuo a lucidez do quanto lamento não porque a nossa amizade se diluiu no tempo … mas, porque a amizade que subsistiu … não retornará a ser como antigamente.

E, Sabes?! Tristemente essa lucidez é o sofrimento maior que encerro no presente.

Comentários

  1. Amizades e o tempo...isso faz pensar...se todos os amigos que fiz estivessem hoje comigo como eu seria rico de amigos, mas o tempo, a dureza dos corações, a vidraça, fazem os rumos se tornarem diferentes.... vai entender a vida.
    bjs

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  2. Sabia que algo de errado existia,algo que ninguém via mas que por algum motivo eu sentia.

    Por vezes algo nos abandona e nos deixa à driva...

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  3. Fabrício,
    Você tem razão toda a nossa vida é feita de recomeços e, términos. E, o sentimento da amizade não é excepção. Mas, existem amizades que o são. As amizades que resistem ao dilúvio das tempestades, as amizades presentes nos momentos de cada conquista, as amizades que persistem mesmo na intempérie do tempo. Estas amizades são as que na realidade são verídicas.
    Sabe Fabrício muitos amigos (as) se despedem da nossa vida e, outros se iniciam, no entanto, perder um (a) amigo (a) autêntico é como embargar um caminho que se pensava trilhado por uma companhia confiante e, recomeçar a persegui-lo condoidamente pela nossa vida adiante. Condoidamente, porque não existem amizades actuais ou posteriores que colmatem a perda da amizade sucumbida e, verdadeira.

    Agradecida pelo seu gentil comentário.

    Ana

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  4. Homem-menino,
    Um dos privilégios de ser-se detentor de uma alma enorme é a argúcia na percepção desconhecida de que algo existe, i.e. desconhecemos a sua essência mas sentimo-la. E a sua alma Homem-menino é imensa.
    O seu último parágrafo não necessita de ser comentado. Expressa na integra o sentimento que sinto.

    Muito obrigada.

    Ana

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