Mãe orfã

Quando o nosso peito enfraquece e, nos debruça alucinadamente numa dor inimaginável, violenta, insuportável e, a nossa alma se estende veloz e, abruptamente aos nossos pés a morte é o nome da tragédia concretizada.

Cissa Guimarães … uma vida … uma mãe orfã, dilacerada e, rasgada de dor que sobrevive à catástrofe que a assola. Uma fatalidade vivenciada no abrupto interrompido, cessado e, arrancado dos braços da vida do filho caçula.

Uma tragédia, uma catástrofe que nomeia o momento vivenciado.

Sinto-me consternada. Sinto-me mortificada. Sinto-me frustrada. Sinto-me dilacerada … Sinto-me diminuta. …. Sinto-me … Sinto-me… Todas as vezes que me deparo com uma mãe orfã.

Há dias atrás bloguei um texto, sobre a doença anunciada que retrata uma morte anunciada ou não … Oito dias, decorrentes debruço-me sob a própria – morte -.

O óbito que nos pega, sobressaltadamente, despedaça e, nos atinge na profundidade da nossa alma. Fria, gélida e, negra que apodera-se, destrói e, corrói o pensamento, corpo e, a nossa essência sem dó e, sem piedade.

Subitamente, nada mais faz sentido!
É o vazio, a queda vertiginosamente num abismo frio, escuro e, profundo.

Há muitos anos, perdi dolorosamente, pesarosamente e, lentamente o meu primeiro ente querido. O mundo desabou aos meus pés. Um nefasto tumulto de sentimentos se apoderou de mim. O dia escureceu e, a noite subitamente sobreveio. O tempo parou! Estagnou nas horas, minutos e, segundos e, assim, se manteve por longos dias, meses e, anos futuros.

Hoje, volvidos esses malogrados anos, apercebo-me que o tempo continua a dar as horas certeiramente no pêndulo da vida e, a dor da perda, a ausência, a nostalgia, a tristeza vagarosamente ameniza-se, no entanto, a minha vivência, a minha postura perante a vida nunca mais foi a mesma. Esses sentimentos acompanham-me, ainda, em todos os dias da minha vida.

Entendo?! Que uma vida finda quando a morte com ela malogradamente se defronta. Reversamente sinto, pesarosamente, que outras vidas sobrevivem e, vivem uma morte agonizante em vida.

Comentários

  1. Amiga também sou uma mãe órfã, como tu mesma falou o tempo não para e nossa vida continua de uma certa forma, não existe receita para sobreviver apenas um amor infinito por nossos filhos que estão em algum lugar olhando por nós, beijo no seu coração, Lisette.

    ResponderEliminar
  2. Querida Ana,
    Inimaginável dor que dilacera o coração de uma mãe nessa hora. Sinceramente!
    não consigo nem descrever.Agonizante!
    Deus, com seu infinito amor consolará.

    O meu(.............)silêncio fala e cala.

    Beijinhos com saudadades de mim pra si

    ResponderEliminar
  3. Luz a todas as mães que aprenderam a sobreviver...
    Beijo Lisette

    ResponderEliminar
  4. Lisette,
    O meu maior carinho e, desejo que o seu delicado coraçaozinho se fortaleça com muito amor todos os segundos da sua longa vida.

    Um laço apertado e, um beijinho de mim para si.

    Ana

    ResponderEliminar
  5. Irlene Querida,
    O seu silêncio se aconchega e, se agasalha com o meu.

    Um laço terno e, apertado de mim para si.

    Ana

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Ballet's Mais Admirados