Acercou-se de mim

... a noite que vagarosamente e, ternamente estendeu-se a meus pés. Noite magnifica trajada pelo seu manto prateado emanado pela lua magnificente rainha e, as suas estrelinhas guias.

A chávena de chá “príncipe” fumegante na minha mão em formato de concha abrigava os meus dedos e, aquecia o meu corpo da aragem frígida que se fazia sentir. O silêncio conselheiro e, amigo no subconsciente partilhava comigo a noite cintila.

Os minutos passavam livremente, compassadamente no relógio apenso no pulso do meu braço esquerdo e, apenas a chávena de chá “príncipe”, anteriormente, habitada pelo chá soalheiro e, nesse instante solitária indicava-me a hora tardia e, a premência de recolher ao meu leito no ensejo de adormecer placidamente.

Abotoei a vidraça e, dirigi-me ao meu leito. O casaco de coloração marfim desnudou-se do meu corpo deixando antever a camisa de noite de coloração branca acomodando-se na senhorita do meu quarto.

Pés desnudos, trajei a cama com o meu corpo, proporcionando o encontro com o leito desejado e, cerrei os olhos aguardando a dormência do meu corpo e, da minha alma.

No entanto, volvidos instantes, inflexivelmente, sete letrinhas alfabéticas se acercaram de mim, o irrequieto “I” inicia a sua aproximação assediado pelo “N” nefasto. O “S” sublime persegue-o, o “O” opulento segue-o, o “N”negligente imita-o, o “I” inquieto plagia-o. O “A” austero se amontoa ás cinco letrinhas anteriores.

Irrequietas, desassossegadas desnudaram os sentimentos plácidos e, serenos anteriormente fruídos por mim.

Insubmissa, e, martirizada com as indisciplinadas e, afrontas letrinhas que se acercaram de mim, levantei do meu leito e, dirigi-me à sala.
A luz ténue que descendia da noite, reflectia-se pela vidraça e, por entre as cortinas de seda que imponentemente a decoravam avassalavam serenamente a minha sala.

Nesse instante, sem apelo, sem compaixão não me condoí e, interditei a entrada na sala das insubordinadas letrinhas. Ansiosamente, peguei nas almofadas que dormitavam e, exausta declinei o meu corpo no sofá, movida pelo cansaço e, adormeci extenuada.

Comentários

  1. ana,
    seu blog é lindíssimo. de extremado bom gosto, tudo limpo, claro, como um dia de sol.

    voltarei muito por aqui.
    saiba disto.
    abraço grande do
    roberto.

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  2. Roberto,
    Lisonjeada e, agradecida.

    Um laço de cetim de mim para si.

    Ana

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  3. Cátia,
    Agradecida com o seu comentário.
    Fico feliz por ter apreciado.

    Um beijinho terno de mim para si.

    Ana

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