Nas mãos um livro
... companheiro e, que proporciona-me sempre momentos íntimos que aprecio e, um excelente bem-estar.
Mas naquela noite à medida que as palavras e, as páginas passavam sob o meu olhar, o meu pensamento vagueava e, apercebi-me da dificuldade que tive em concentrar-me.
Poisei o livro, e estendi-me no meu leito. Por momentos letras formando palavras misturam-se em raciocínios que assumiam o meu pensamento, revoltas, irrequietas, embaraçadas, travessas, receosas no momento que fruía. O relógio silencioso no pulso esquerdo do meu braço exalava as horas, minutos, e, segundos que se traduziriam no novo dia que temerosamente e, sofregamente aproximava-se.
Extenuada e, amedrontada cedi ao cansaço.
Na hora agendada pela porta do IPO vagarosamente entrava. Sensivelmente, trinta minutos depois a despedida foi encetada. Um momento, um instante em que as palavras se refugiam, apenas o olhar e, o laço apertado é docemente ambicionado. Posteriormente e, requintadamente acompanhada por uma profissional da saúde o protocolo iniciava-se no piso superior do hospital.
O meu traje informal foi timidamente desnudado e, trajado por roupagem cirúrgica. A acomodação no sofisticado assento de rodas e, o preparo inaugurava-se sob o meu olhar atento e, espectador. A dificuldade da demanda da veia na mão direita onde o soro se acomodaria, o acompanhamento do ritmo cardíaco, a respiração e, a marca redonda com marcador azul na mama direita delatava o momento cirúrgico que se aproximava. Movimentando-me de braço dado com o soro e, de mão dada com a auxiliar médica, percorri o extenso corredor. Ao fundo duas portas cerradas, apensas em cima – Sala de Cirurgia - abriram-se em par e, dissemelhantes rostos adornados por sorrisos … imensos se fizeram visíveis no momento.
Sorri, nervosamente, semelhantemente. Simultaneamente, preceitos se fizeram inteligíveis, desnudei os meus pés, subi o escadote de dois degraus e, lentamente o meu corpo se harmonizou na mesa cirúrgica. Os preparativos iniciaram-se velozmente, um pedacinho de metal frio e, gélido na minha perna, os eléctrodos no peito, a mascara analgésica cobrindo o nariz, a boca e, no entretanto um afago no rosto.
Cerrei os olhos.
Três horas depois o despertar na sala de recobro se fez lentamente. Desabotoei os olhos e, um frio vastíssimo percorreu o meu corpo e, estremunhou a minha mente. Uma voz doce e, perceptível se acercou de mim.
- Correu bem, está tudo bem Ana. Como se sente?!
- Feliz – Sorri -
- Tem frio? O que pretende comer?! Chá, leite, bolachas?! - Inquiriu.
Retornei a minha casa ao final do dia debilitada fisicamente mas confiante psicologicamente. O nódulo mamário, finalmente, tinha sido cirurgicamente removido e, o cirurgião semelhantemente esperançado separava-se de mim até dois de Dezembro.
Volvidos seis dias o meu dia-a-dia é pautado por momentos tranquilos e, serenos como aprecio. O retorno à minha actividade laboral iniciar-se-á na primeira semana de Dezembro.
Feliz usufruo dos dias, noites e, aconchego-me no prazer no deleito que sinto em viver.
Então viva sempre bem, usufruindo da vida boa.
ResponderEliminarBjs.
"Feliz usufruo dos dias, noites e, aconchego-me no prazer no deleito que sinto em viver."
ResponderEliminar...
Viver...
Neste pequeno ponto azul, neste espaço idealizado,
vivendo nossos amores e nossas dores.
...
Hoje lembrei de si e postei em sua honra.
Guará Matos,
ResponderEliminarAgradecida pelo seu desejo.
Ana
Joe Ant,
ResponderEliminarÉ um privilégio assente no lado esquerdo do meu peito a sua lembrança. E, um prazer enaltecido a sua postagem em meu nome.
Um sincero agradecimento de mim para si.
Ana
Eu......
ResponderEliminareu.....fiquei...á espera....
ate hoje.....
MF
Mario,
ResponderEliminarPerdoe-me a ausência de noticias, sinta-se tranquilo estou bem.
Um beijinho.
Ana