O caso mediático de Sakineh e, o desejo de Guará Matos

... do blogue “Jornal Afogando o Ganso” expresso no comentário ao meu apelo, relembra-me a perversidade que determinadas mulheres padecem.

De facto, existem determinadas palavras que pela sua definição, colocam no meu semblante um sentimento arrepiante e, no meu estômago uma agonia difícil de colmatar …

A violência é uma delas e, hoje, particularmente à minha memória a violência doméstica sobre as mulheres.

Desnudada a violência que se traja de dissemelhantes formas psíquica ou física ...

Normalmente, uma morte lenta, vagarosa, e, desesperadamente morosa, nos braços de alguém sem escrúpulos que pela fogosidade anímica ou corporal exerce sobre a mulher a terrível violência doméstica.

Felizmente, algumas delas pela tenacidade vencem tamanha ruindade, outras tristemente, simplesmente não o conseguem.

Não escolhe o local, o dia, a hora, a idade, o extracto social. Todos os fundamentos, são propícios para a desavença e, tristemente, lamentavelmente e, tão discordantes que são!

São companheiras, esposas, mães, e, avós dominadas, fragilizadas, aterrorizadas e, desesperadas.

Mulheres que se olham no espelho e, se visualizam farrapos humanos.

As mesmas que em determinados momentos, acariciaram com as suas mãos e, dos seus lábios desabrocharam palavras meigas, e, apaixonadas a quem posteriormente lhes proporciona extensa malignidade.

Mulheres de faces cerradas, devolutas de fulgor no olhar, possuidoras da incapacidade de balbuciar simples palavras, são correntes visões amargas de quem como eu teve a oportunidade de privar e, inteirar-se de marcantes flagelos, suplícios, martírios e, terríficos padecimento das suas vidas.

Palavras carinhosas, conselhos e, experiências vividas foram, vagarosamente, faladas, sentidas e, compartilhadas fazendo desses instantes momentos reais, unos e, inesquecíveis transmutando-se em dias desiguais na minha vida.

No reverso…
A violência praticada ao homem, semelhantemente é uma veracidade que me deprime e, sob a qual também me sinto dilacerada.

Num renovar de mentes e, acções, é urgente debruçar-nos sob o assunto e, premente a sua denúncia e, auxílio para os que sofrem de violência não permitam tais actos e, se socorram dos meios de auxílio para o término do seu flagelo.

Aos que a provocam, obrigatoriamente, uma punição em prol desta horrível veracidade.

Uma prece por todas as que padecem, ainda, em silêncio, as que cessaram de padecer porque simplesmente a violência as levou à morte precocemente.

Comentários

  1. A voz precisa se estender à todas e assim feito se torna mais justa.
    Bjs.

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  2. Guará Matos,
    Partilho do seu entendimento é, imperioso que as vozes silenciosas se timbrem de modo a que este flagelo termine.

    Ana

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  3. "A violência é uma delas e, hoje, particularmente à minha memória a violência doméstica sobre as mulheres".
    ****
    Não apenas sobre as mulheres. E, quando é praticada em crianças (em vias de serem mulheres).
    Abomino a prática da excisão genital, uma mutilação cometida muito em África.
    ...
    Muito já se tem escrito e dito sobre o assunto.
    Há os defensores e os opositores. Mas, cada dia que passa, e a consciência se avoluma, há mais opositores e organizações contra esta prática.
    ...
    Havia um amigo que, quando se conversava sobre este tema, apenas dizia e constantemente repetia:
    "Se não gostam, não estraguem".

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  4. Joe Ant,
    A veracidade do seu comentário é chocante e, a coloração negra é patente no lado esquerdo do meu peito. Não tenho palavras para descrever o quanto condenável considero essa prática. Como é possível?! Como se entende que se pratique esse flagelo com as crianças?! São questões sobre as quais não encontro e, nunca encontrarei resposta.

    Reversamente ao sentimento assolado no meu peito desejo-lhe um final de dia de coloração ténue e, delicada.

    Ana

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