Cedissimo ...


Em cima da mesa, o jornal Público …

O meu olhar debruça-se na página principal e, central…
Um nome: Joaquim Martínez, um nome familiar para uns, possivelmente devoluto de conhecimento para outros.

Nacionalidade equatoriano, 39 anos de idade e, três dos quais vividos no corredor … da morte.

À palavra corredor, confesso, não nutro empatia, recordo, ainda nos dias de hoje no meu tempo de estudante, os corredores, compridos, estreitos e, sombrios por vezes devolutos outros vezes repletos de objectos e, onde o percurso de pessoas era sempre amotinado, desordenado. Ruídos ensurdecedores presentes que colocavam sempre no meu peito uma carência de ar …

Se ao corredor acrescentar a palavra “morte”… Desfaleço!

E, foi num “Corredor de Morte” que Joaquim Martínez consumiu três anos da sua vida.
Findos os quais conseguiu provar a sua inocência…. E, como o próprio diz foi considerado … “Não culpado”..
Uma entrevista sublime, onde o entrevistador cautelosamente e, delicadamente entrevista o entrevistado. Onde o leitor atento - eu - se absorve por entre as palavras que definem horrores e, se entristece … Não pretendo debruçar-me nos motivos que conduziram Joaquim ao “Corredor de Morte” - se sentir curiosidade pode visualizar no seu site onde consta essa informação e, outras de igual ou maior profundidade -. Mas, debruço-me nos “Joaquins” que jazem nos “Corredores de Morte”… Nos “Joaquins” que perdem a vida nos “Corredores de Morte”…

Ainda, hoje, na idade adulta tenho dificuldade em perceber o crime, em perceber que cidadãos semelhantes pratiquem hediondos actos.

E, pesarosamente me sinto no sentimento que me assola quando penso nas vitimas e, toda a sua envolvência ...

Mas, palidamente, me sinto quando os “Joaquins” são exectuados.
E, mortificada, me sinto quando executados e, posteriormente se constatam que são “Joaquins” inocentes.

Não sou a favor da pena de morte … ou pena capital. Não acredito que um crime horrendo possa ser colmatado por outro crime de índole semelhante.

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