Uma data especial

Um dia que amanheceu, tranquilo e, sereno semelhante ao estado de alma que fruía.
O despertador tocou ao som da melodia escolhida por mim.

Levantei devagarinho, vesti o meu robe de cor marfim e, aproximei-me da janela do meu quarto.

Observei sonolentamente o desprendimento do dia dos braços da noite. Tenuemente, e, vagarosamente o dia despoletava agasalhado por delicados raios de sol. Volvidos uns instantes, pela porta da entrada um ruído se fez ouvir a passos dengosos, lentos e, se aproximou de mim. Voltei-me e, sorri. Debrucei-me sob ele, aconcheguei-o nos meus braços, as minhas mãos deslizaram pelo seu corpo em ternas carícias, e, nesse instante um ronronar se fez audível provocando um renovado sorriso no meu semblante ensonado no dia que principiara a nascer.

O dia decorreu intenso entre compromissos pessoais e, familiares.

No entanto, de vez em quando à minha memoria assolava um terno e, doce momento privado na lembrança da data de aniversário de alguém muito especial. Nesses momentos, a minha mente se ausentava por breves instantes … volvidos depois, retornava e, delicadamente se dissipava.

Recolhi ao meu leito quando a noite acercou-se de mim.
Sentada sob o meu tocador, desabotoei a gaveta do lado esquerdo, peguei na minha caneta dourada e, manuscrevi …

"Neste instante, oferto-te em pensamento um adereço, selecto de malmequeres … trajados de colorações brancas, odores semelhantes para que juntos possam completar o teu final de dia, e, nos teus pensamentos o perfume possa extasiar os teus sentidos, delicadamente enovelados em textura maleável vítrea e, ornados por um distinto laço … Na extremidade do lado esquerdo desse adorno, um sobrescrito pequenino fechado. No interior a minha missiva …
Apesar da tua ausência … a tua lembrança não foi esquecida. Feliz Aniversário. Um beijinho de mim para ti."

Pensativa ... ergui a cabeça, e, admirei a imagem do meu rosto prolongadamente reflectida no espelho ... cerrei os olhos, suspirei, abri-os e, sorri perante a imagem que visualizei ...

Imediatamente, fechei o moleskine, pequei na minha caneta dourada e, abriguei-os de novo na gaveta do meu toucador.

Lentamente, levantei-me, acerquei-me do meu leito e, instantes depois, adormeci plácidamente.

Comentários

  1. Um belo texto. Dá para imaginar cada cena narrada por você. Parabéns.
    Beijos

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  2. Wanderley,
    Agradecida pelo seu comentário e, felicitação. Naturalmente, é um prazer enorme para mim saber que foi aprazível para si.

    Ana

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  3. Ana,

    Texto delicado e o blog está ainda mais lindo..

    bj

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  4. Ana Luisa Franco,
    Simplesmente, agradecida.

    Um delicado e, ténue dia para si.

    Ana

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